Anjo Vendido |
Anjo encantado - Isac experimentando o Agogô de 4 notas - Foto: Abmael Henrique |
Por Michelle Lomba
A
mulher, eis o elo da sociedade. A mãe.
Maternidade
latente na negra parteira que pari seu filho nesse mundo bandido para
sofrer preconceitos e ser tratado pior que um animal.
Ver
um negro na rua passando fome, um ser humano abandonado, sem
condições nem para morrer com dignidade é normal, natural. Ver um
branco, nem pensar um japonês, é uma aberração. Causa
estranhamento.
Que
ser humano é esse que mata, maltrata, pula, passa por cima de outros
seres humanos que afinal estão na rua atrapalhando a passagem.
Passagem essa que deve ser limpa e um ser humano / lixo que ocupa a
rua como moradia, banheiro, alimentação, relação, é visível e
invisível conforme convém.
Que
criança é essa que cresce sem alimento, sem educação, sem
acompanhamento médico, sem moradia, sem alegria, sem amor, sem
ninguém?
Criança
que vira/é lixo, luxo, prazer, lucro, mercadoria, palhaçaria e
pancadaria.
E
a criança que É criança?
Eis a precariedade da sociedade que não cuida de uma criança e que a
enxerga como ninguém.
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